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Semana Santa - Lagamar Dias santos seriam aqueles assumidos só por devotos ? Pois neste feriado um grupo de oito devotos purificou-se no Lagamar, sob a proteção e competência da Harpyia. Devotos do bem viver e purificados pela convivência com a natureza. O escritor Marcel Proust disse, em Retrato do artista quando jovem, que há uma diferença entre turista e viajante. O primeiro busca eventos, emoções, acontecimentos, às vezes muita adrenalina; não se desconecta com sua realidade e cultura, precisa sempre ter referências próprias no horizonte para sentir-se seguro e satisfeito. Talvez, por isso, tantas pessoas fiquem satisfeitas ao ver, vez e outra, um Mc Donalds por perto, a comida internacional que não trai, o padrão hoteleiro que chega à banalidade...; tudo isso, seja em que latitude estiver. Já o viajante, como conta Proust, busca o olhar do outro, quer fazer uma imersão em outra lógica que não seja a sua, aceita desafios sem redes de segurança por perto, coloca-se à prova. Quer aprender. E o faz a partir do reconhecimento de que sua vida e sua cultura não estão isoladas, e que muito devem ser aprimoradas ainda. Reconhece, por fim, que aprimorar-se só é possível descolando-se de sua rotina e vulgaridade, ao buscar o outro - seja a natureza, seja outros seres humanos. Pois, então, que o sagrado passa mais por experiências como essas do que por ritos e penitências. Experiências de integração com a natureza e convivência em grupo. Parabenizo a Harpyia pela oportunidade de desfrutar ambas, sempre com os cuidados próprios de quem reconhece seus clientes como parceiros/cúmplices e não como meros consumidores. Tratou-nos como viajantes. Mônica Sydow Hummel, outono de 2007. |
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